domingo, 12 de outubro de 2014

Suplementação Esportiva


Cada dia recebo mais pacientes realizando auto-suplementação excessiva ou até mesmo vindo de outros profissionais com inúmeras cápsulas, pós e líquidos para serem administrados diariamente. Minha preocupação é sempre a saúde do indivíduo. Atletas de alto nível certamente não conseguem concluir sua ingestão energética e de nutrientes somente com a alimentação, mas no caso de praticantes de musculação, ou iniciantes esta prática deve ser cautelosa. 


Assim como qualquer consumo alimentar, a falta ou excesso de nutrientes pode ser prejudicial à saúde. A prioridade da suplementação de nutrientes é sempre através da alimentação, e caso necessário, o consumo de suplementos específicos. 
Sintomas comuns do excesso da ingestão são dores abdominais, náuseas, vômitos, desconforto abdominal durante a prática, fraqueza e dores de cabeça.

Por definição, suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar com calorias e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, nos casos em que sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requer suplementação (Resolução CFN n° 380/2005). Muitas vezes eles são comercializados como substâncias ergogênicas capazes de melhorar ou aumentar a performance física. 

O nutricionista é o profissional capacitado para indicar a quantidade e suplementação adequada, mas deve fazer com precaução.

Além da avaliação individual, a investigação e determinação das características bioquímicas de cada indivíduo deve ser realizada antes da introdução de suplementos. 

Segundo alguns estudos, o excesso de ingestão proteica por exemplo, pode aumentar a produção de ureia, causar cólica abdominal e diarreia e aumentar o risco de desidratação. Além disso, como a proteína é a principal fonte de produção ácida endógena através da excreção de sulfato, essa produção aumentada pode influenciar negativamente a densidade mineral óssea, se não for balanceada com uma dieta adequada (frutas e vegetais). Por isso a adequação da dieta é tão importante. Em indivíduos com predisposição a problemas renais, o excesso pode ser prejudicial no caso do uso indiscriminado da creatina por exemplo. Já no caso da glutamina, pode trazer dificuldades respiratórias durante o exercício. 

Assim como suplementos termogênicos que aceleram a queima de gordura, devem ser usados com moderação e supervisão por indivíduos com pré-disposição a doenças cardíacas ou hipertensos. 

Portanto, a suplementação nutricional deve ser cautelosa para evitar alterações significativas de peso, principalmente no período de competição. A hidratação não pode ser negligenciada, devendo ser útil inclusive para a ideal reposição de carboidratos durante a atividade. Como princípio básico da nutrição, a individualidade deve ser respeitada e não existem fórmulas mágicas para prescrição de dieta ou suplementos para atletas. O bom senso deve prevalecer e a saúde sempre ser o objetivo principal.

Fontes do artigo:
ALVES, Crésio; LIMA, Villas Boas Renata. Uso de suplementos alimentares por adolescentes; J Pediatr (Rio J). 2009;85(4):287-294.
BRAGGION, Glaucia Figueiredo. Suplementação alimentar na atividade física e no esporte – aspectos legais na conduta do nutricionista. Nutrição em Foco.
JUNIOR, et al. Os riscos dos suplementos alimentares para a saúde. UFMA – Maranhão, 2013.

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